É tema recorrente na área de manutenção industrial atualizar sistemas, modernizar sistemas, melhorar sistemas, e por ai vai, tudo com o mesmo propósito, dar longevidade aos sistemas existentes, conhecidos como Sistemas Legados.

A caracterização de um sistema que necessita ser atualizado, normalmente passa por um ou mais fatores abaixo relacionados, onde normalmente não se consegue mais:

  • Ampliar o sistema – não permite mais por motivos tecnológicos ou de custo
  • Integrar o sistema – não consegue mais fazer o sistema “conversar” com a rede da planta
  • Modificar o sistema – por falta de documentos, conhecimento ou código

Desta forma, temos o que chamamos de Sistemas Legados, que são sistemas que já operam na planta há algum tempo e estão nas seguintes situações abaixo:

  • Um sistema antigo ou ultrapassado
  • Apresentam documentação desatualizada
  • Difícil de modificar e entender

Os Sistemas Legados têm um alto impacto na manutenção industrial, se caracterizam como desafios, pois apresentam-se da seguinte forma:

  • Tem alto custo de OPEX – custo de operação e manutenção
  • São obsoletos – não permite manutenção
  • Não integra com os sistemas existentes

Vamos ver os principais problemas dos Sistemas Legados:

  • Hardware obsoleto, sem suporte ou peça de reposição;
  • Em geral na empresa não existe um entendimento completo a respeito do funcionamento;
  • Difícil encontrar pessoal especializado, aumentando o custo de manutenção;
  • Difícil integração com sistemas novos, barreiras tecnológicas;
  • Programação com linguagem e estruturação obsoleta;
  • Problemas de desempenho, estabilidade e disponibilidade são comuns nestes sistemas.

Então, qual seria a solução para os Sistemas Legados?

Fazer a Migração, esta é a resposta técnica para este desafio. Logo, o que é Migrar?

Migrar é mudar, evoluir a tecnologia, mantendo a mesma função, com os seguintes benefícios:

  • Obter ganhos de performance
  • Adquirir novas ferramentas
  • Facilidades de O&M Operação e Manutenção

No caso dos Sistemas Legados, relacionamos a principal estratégia de migração:

  • Passar de um Sistema Inflexível para um Sistema Moderno
  • Passar de um Sistema Frágil para um Sistema Robusto
  • Passar de um Sistema Difícil de Manter para um Sistema a Prova de Futuro

Os sistemas a prova de futuro têm uma diretriz baseada na conectividade de sistemas, devendo ter a capacidade de comunicação vertical, isto é, ser capaz de entender variáveis no nível mais baixo de automação até o nível mais alto, dispensando conversões, utilizando a variável real e sendo disponibilizada em toda a rede de comunicação, de forma horizontal. Hoje temos o conceito de SOA (Arquitetura Orientada a Serviços) que é a base dos projetos modernos de automação.

Antes de pensar em Migração de Sistemas Legados é importante saber que, normalmente se cometem erros estratégicos para este tipo de solução, isso ocorre porque:

  • As ações são de curto prazo
  • Ataca-se problemas pontuais
  • Limita-se o escopo da solução

Conclusão sobre estes erros estratégicos, normalmente continuam os mesmos problemas, porém mais “sofisticados”.

Tipos de Migração nos Sistemas Legados de Automação

  • Migração de Hardware:
    • Atualização de PLC/DCS
    • Atualização de Drives de Acionamento
    • Atualização de Instrumentação
  • Migração de Software:
    • Atualização do Scada/DCS
    • Atualização Lógica e Controle
    • Atualização ferramentas O&M
  • Migração de Infra-Estrutura:
    • Atualização de Servidores/PC
    • Atualização da Rede de Comunicação
    • Atualização do Sistema de Segurança
  • Migração de Dados:
    • Atualização de Banco de Dados
    • Atualização de Relatórios
    • Atualização dos Backups

O processo de planejamento para Migração deve passar por uma avaliação da planta existente, definir parâmetros e objetivos da atualização e focar na necessidade eminente, após isso “encaixar” a solução dentro das verbas de CAPEX e OPEX.

Para elaboração de um escopo de Migração, é muito importante estar baseado nas seguintes diretrizes, estas norteiam os projetos de automação atualmente:

  • Tecnologia a Prova de Futuro (comentado acima)
  • TCO Custo Total de Propriedade (CAPEX + OPEX)
  • Facilidades de O&M (Operação e Manutenção)

O principal roteiro de implantação dos Sistemas Legados, relacionamos abaixo:

  • Construir a estratégia da migração (AS-IS e TO-BE)
  • Mitigar os riscos do projeto
  • Contingenciar as ações de risco
  • Definir a estratégica de transição
  • Instalação e configuração do sistema
  • Comissionamento e partida da planta
  • Realização da transição (cut-over)
  • Operação assistida
  • Validação, backup e documentação

Considerando o projeto de Migração, a Transição é a etapa mais crítica, onde a interação com o sistema legado é cessada. Há três formas de efetivar a mudança:

  • Cut-and-run: Desligar totalmente o sistema legado e colocar o novo em operação;
  • Interoperabilidade serial: Substituição gradual e seriada dos módulos, por etapa;
  • Operação paralela: Ambos os sistemas desempenham as mesmas funções ao mesmo tempo, uma vez validado, há o desligamento total do sistema antigo.

Benefícios de Migrar Sistemas Legados

  • Menos paradas no processo produtivo
  • Menor possibilidade de incidentes relacionado a segurança
  • Mais segurança e consistência nas informações

Vantagens na Migração dos Sistemas de Automação

  • Sistema estruturado para crescer e se integrar ao controle operacional;
  • Previsibilidade de custeio e risco de manutenção;
  • Reavaliação e recuperação do conhecimento do funcionamento do processo;

Tendências tecnológicas da Automação na implantação de Sistemas Legados

  • Sistemas com Gerenciamento de Mudanças
  • Sistemas conectados em Big Data
  • Foco na Cibersegurança

Concluímos que a melhoria contínua do aumento da produção, diminuição de custos e segurança na produção, passa pela atualização dos sistemas de automação.

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