A indústria paulista terminou o ano de 2014 com uma redução de 4,9% do nível de emprego em relação a 2013, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Isso significa que houve 128 mil vagas de emprego fechadas no ano passado. Ainda segundo o relatório, esse foi o pior cenário para a indústria desde 2006.
Só no mês de dezembro de 2014, foram 40 mil demissões, o que representa 1,59% de redução do nível de emprego em relação ao mês anterior. Essa, contudo, foi a queda menos expressiva, resultando em uma alta de 0,56 % ao considerar o ajuste sazonal. Em 2008, por exemplo, só em dezembro houve 120 mil demissões.
Dezembro, entretanto, não é a maior preocupação das indústrias, pois a análise deve ser feita considerando o cenário anual completo. Em 2009, por exemplo, quando a redução foi de 4,5% no estado de São Paulo e a redução de empregos ficou em 112,5 mil vagas, o ano de 2010 passou a ser um ano de recuperação para a indústria paulista.
O ano de 2015, contudo, segundo declarado por Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (DEPECON) da FIESP, não apresenta grandes possibilidades de ser um ano de recuperação.
Dentre outros fatores, o que mais pode influenciar os resultados de 2015 é a baixa expectativa no crescimento dos salários e do aumento da carga tributária, que além de reduzir o consumo familiar deve atingir também a produção industrial.
Um fator inédito também revelado pela pesquisa da FIESP foi que a indústria de açúcar e álcool registrou forte queda na ocupação. Em 2014, houve 8,5% de perda no setor, o que significou 13.681 demissões, sendo que aproximadamente 6.400 se concentraram no mês de dezembro. A região de Sertãozinho foi uma das grandes afetadas.
No total, a FIESP acompanha 22 setores da indústria paulista. Segundo o relatório de 2014, 20 desses acabaram fechando o ano no vermelho. O setor de produtos químicos não apresentou queda, mas se manteve estável. O único que teve alta registrada foi o ramo farmacêutico.
Sobre a FIESP
A FIESP é a maior entidade de classe da indústria brasileira. Ela representa aproximadamente 130 mil indústrias em setores variados, de diferentes portes e cadeias produtivas. Ao total, está distribuída em mais de 130 sindicatos patronais.
A entidade conta ainda com 11 Conselhos Superiores Temáticos, coordenados pelo Instituto Roberto Simonsen (IRS), e é representada por 51 diretorias regionais em todo o estado de São Paulo. Complementarmente, a fundação apresenta os Comitês de Jovens Empreendedores, de Ação Cultural e de Responsabilidade Social.
Pesquisa de Emprego
A Pesquisa de Nível de Emprego é realizada mensamente pela FIESP desde 1981, com o objetivo de mensurar a evolução do emprego na indústria de transformação paulista. Desde janeiro de 2009, a pesquisa foi reformulada e mudou sua metodologia para poder ampliar a base de informantes para mais de 3 mil empresas, considerando critérios de participação do setor, assim como participação do porte da empresa na população ocupada.
Fonte da imagem: Jornal da Cana