Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados no dia 04 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria brasileira teve um crescimento de 0,8% em outubro na comparação com setembro.
Essa foi a terceira taxa positiva seguida, acumulando alta de 2,4% no período de três meses. Ainda, na comparação com outubro de 2018, a indústria avançou 1%.
A alta foi registrada em três das quatro grandes categorias econômicas:
- Bens de consumo duráveis (1,3%)
- Bens de consumo semi e não-duráveis (1,0%)
- Segmento de bens intermediários (0,3%)
O setor de bens de capital (-0,3%) teve a única taxa negativa. Ainda dos 14 dos 26 ramos pesquisados apresentaram alta:
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11,2%) – eliminaram a redução de 9,1% acumulada nos meses de agosto e setembro
- Produtos alimentícios (3,4%) – reverteram a queda verificada no mês anterior (-0,3%)
- Setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,9%)
- Celulose, papel e produtos de papel (2,4%)
- Impressão e reprodução de gravações (15,3%)
- Máquinas e equipamentos (1,4%)
- Produtos químicos (1,1%)
- Produtos de minerais não-metálicos (1,8%)
- Bebidas (1,6%)
Mesmo assim, nove ramos reduziram a produção:
- Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%)
- Metalurgia (-3,2%)
- Indústrias extrativas (-1,1%)
- Confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,4%)
- Móveis (-5,6%)
- Veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,6%)
Economistas veem retomada consistente da economia
Os números são tímidos, no entanto, significam o início da retomada da economia na visão de especialistas. Para o ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, o crescimento da economia virá via consumo. Finalmente, o crédito está se expandindo, com juros menores, o que potencializa o poder de compra dos consumidores e barateia o financiamento às empresas.
Já economista Armando Castelar, da Fundação Getúlio Vargas acredita que os bancos e consultorias precisarão atualizar as projeções de crescimento para este ano e para 2020. Segundo ele, a projeção para o quarto trimestre é de um crescimento de 0,9%, porém, projetar um crescimento de pelo menos 2,4% para o ano que vem seria mais realista.
Além disso, Castelar acredita em uma mudança no ânimo e na confiança das pessoas e dos agentes econômicos. “Se as pessoas acham que as coisas vão melhorar, as coisas melhoram. Existe esse fator subjetivo”, afirmou.