A automação industrial que nos anos 80 foi vista como chave para o aumento da competitividade nacional e investimento base para o crescimento de nosso país, hoje já não figura mais entre os investimentos primordiais do governo e de empresários da indústria.
Mas o porquê o Brasil parou de investir em automação industrial? Esse campo não é mais atrativo para o empresário da indústria?
Procurando responder essas e outras dúvidas, este artigo foi segregado em três partes fundamentais:
- Por que o Brasil não está avançando na automação industrial?
- O que causa receio no empresário da indústria?
- Investir em automação industrial é uma boa saída então?
Por que o Brasil não está avançando na automação industrial?
O Brasil parou de investir em automação industrial muito por receio do empresário da indústria, este sinalizando um medo quanto a investimentos na área de automação industrial devido à instabilidade econômica à qual atravessamos. Este receio está, na verdade, atrelado à falta de visão do cenário para os próximos anos.
Empresários que hoje estão saindo da zona de conforto passando a investir em automação industrial e na atração e retenção de talentos de técnicos em automação e instrumentação industrial, vêm se destacando não só no mercado nacional, mas também no mercado mundial.
Mas o medo que o empresário da indústria possui não é de hoje, sendo que o governo brasileiro já há alguns anos vem reduzindo o investimento na indústria de transformação e transferindo esse aporte financeiro para indústria de bens primários. Essa estratégia acaba retrocedendo o avanço do Brasil e diretamente gerando o desemprego.
O que causa receio no empresário da indústria?
Os olhos do governo voltados para essa indústria primária. A instabilidade econômica instaurada no Brasil e a competição desleal imposta por produtos provindos de países com a mão de obra barata, atualmente, estão entre as “desculpas” mais utilizadas pelos empresários da indústria.
Por que apontamos como “desculpas”? Pelo fato de que a saída para o desenvolvimento está em criar estratégias de investimento em automação industrial para fazer frente a países que utilizam de mão-de-obra barata para a produção, como no caso da China.
Quando o custo da mão-de-obra se torna nulo, através da automação industrial, a vantagem competitiva de uma indústria em relação a estes países tona-se um diferencial, assim transformando uma ameaça em oportunidade.
Investir em automação industrial é uma boa saída então?
Não só é boa, como é uma saída estratégica para reverter a situação econômica de nosso país.
Isso não significa trocar a mão-de-obra atual por robôs. Entenda que a automação industrial se torna eficaz quando ocorre a profissionalização da mão-de-obra em conjunto com mecanismos de automação industrial, assim produzindo resultados exponenciais tanto em quantidade quanto em qualidade e custo final de produtos.
O empresário da indústria, principalmente a de transformação, precisa aproveitar este momento de desvalorização do câmbio frente ao dólar para intensificar o investimento em automação industrial visando o mercado externo colhendo frutos imediatos e já traçando novos objetivos para daqui 5 anos no mercado interno (período previsto para a recuperação da economia e câmbio).
Algumas considerações
A capacidade do ser humano precisa ser valorizada, principalmente em nosso país. Procurar investimento na profissionalização, atração e retenção de técnicos na área de automação de instrumentação industrial, assim como no aproveitamento da utilização da capacidade instalada através da automação industrial é a melhor alternativa para gerar vagas de emprego colher frutos em fase de instabilidade econômica e forte desvalorização do câmbio frente ao dólar.
Por fim…
Gostou deste artigo? Conhece algum outro apontamento sobre o por que o Brasil não está avançando na automação industrial? Comente abaixo e vamos ampliar o debate sobre este assunto.
7 Comentários
As taxas de juros mais altas do Universo praticadas no Brasil tira a competitividade da indústria, e, também, não permitem que o investimento seja amortizado num período compatível com os prazos internacionais. Sem competitividade, o empresário opta por não atualizar sua planta, pois investir no novo, de nada, ou muito pouco, o ajudará.
Fantástico artigo. Realmente existem dois lados da moeda, aqueles que abraçam a crise e outros que aproveitam a crise. Utilizando o dicionário, “crise” é um momento crítico, decisivo, logo aqueles que conseguem tirar proveito destas situações tendem a fortalecer suas bases de trabalho…
… após a tempestade vem a bonança!
A lei da balança, apesar que em momentos de crise sobrevive quem tem criatividade e sabe inovar mas a desigualdade é muita ingrata em nosso Brasil.
Estou terminando meu curso técnico em automação industrial. Gostei muito e penso em fazer uma engenharia na área de automação..
Com qual base vc faz essa afirmaçao? Quais sao os numeros e fontes que embasam o seu argumento?
Concordo com Cláudio Silva….Já que é artigo. ..qual a veracidade?
Guilherme, parabéns pelo artigo, mas devido ao objetivo da defesa nos investimentos em automação industrial, nós necessitamos de dados para dar base a veracidade das afirmações. “Custo de mão-de-obra nulo” existe? Ao meu entender, esse custo permanece, mesmo que tenhamos uma fábrica totalmente automatizada, pois ela requerá ainda mão-de-obra altamente qualificada para manter o sistema em funcionamento pleno.