Em meio a um mundo cada vez mais competitivo, fábricas e importadoras buscam cada dia mais trazer soluções ideais para seus clientes, e um dos fatores que voltou a ter um peso muito significante em meio à crise instalada em nosso país é a escolha pela opção de melhor “custo x benefício”.
Não é diferente na área da elétrica industrial, onde uma opção escolhida de forma errônea pode significar horas de perda de produção, gerando custos, atrasos e vários outros transtornos.
Sem entrar muito em detalhes, pois o tema é amplo, o foco aqui é mostrar algumas diferenças entre materiais utilizados na fabricação de componentes elétricos de comando e sinalização industrial, visando deixar claro alguns aspectos de qualidade que podem ser percebidos sem auxílio de equipamentos especiais.
Na sequência de imagens abaixo, pode-se perceber peças muito semelhantes, de mesma função, mas fabricadas de diferentes formas e com diferentes matérias primas.
O Sinaleiro LED 22mm é amplamente utilizado em painéis industriais e normalmente possui a função de identificação de alguma carga ligada, entre elas motores, válvulas, etc.
Como avaliar a qualidade de componentes elétricos de comando e sinalização industrial?
Número de LEDs: Os círculos de cor “verde” da figura indicam a quantidade de LEDs individuais por pastilha. Quanto maior o número de LEDs melhor a distribuição e homogeneidade da iluminação. A peça da esquerda possui 8 LEDs enquanto a da direita possui apenas 6.
Aspectos das trilhas, ilhas e LEDs: assim como em uma placa de circuito impresso, quanto mais perfeitas, padronizadas e nítidas forem as trilha e ilhas, melhor a qualidade e confiabilidade do circuito.
Qualidade da resina que recobre a pastilha: a resina tem a função de proteger o circuito contra umidade e poeira, logo quanto menos imperfeições forem encontradas, menor a chance de queima devido aos fatores acima citados. Na peça representada a esquerda, existem círculos vermelhos que indicam bolhas de ar formadas na injeção da resina protetora, algumas dessas bolhas de ar são de tamanhos consideráveis deixando parte do circuito exposto.
Não só o botão de pulso: botoeiras de emergência 22mm, chaves seletoras 22mm e afins tem o mesmo aspecto construtivo. São utilizados como comando manual de cargas industriais.
Estrutura externa do botão: o detalhe em “vermelho” identifica as diferentes espessuras da camada que protege a peça. Nota-se a peça da direita muito mais robusta.
Matéria prima da base e parafusos: como o metal de coloração próxima ao latão (esquerda da foto) é de custo baixíssimo, muitas empresas optaram por usá-lo como matéria prima para a confecção de parafusos, base de peças de comando e até mesmo partes dos contatos. Porém o mesmo não possui características tão atrativas quanto seu preço. Dentre suas propriedades físicas, ele possui baixa resistência mecânica, quando comparado ao metal utilizado nas peças de primeira linha, como o da figura a esquerda. O que o torna quebradiço e de fácil espano nas partes roscáveis.
O “contato” seja ele NO ou NC, é a parte mais importante das peças de comando industrial. É por ele que vai passar de fato a energia que alimentara as cargas, entre elas, bobina de contadores, relés, válvulas e afins.
Plástico guia de contato (verde): um detalhe que muitos profissionais da área já devem ter percebido é que muitas vezes o mau contato é gerado pelo desgaste de peças plásticas que guiam os contatos. Na foto o círculo preto ilustra o ponto onde este desgaste acontece. Por isso, é importante salientar que este plástico deve ser de maior densidade, “mais seco”, o que dificultará o desgaste proporcionando um maior tempo de vida útil a peça.
Matéria prima dos parafusos, contatos e das bases de contato: as matérias primas com propriedades ideais são “metal de alta resistência mecânica para o parafuso de aperto” (pois é nele que será dado o torque que fixará o condutor a peça), “base do contato com boa condutibilidade e também boa resistência mecânica” e “contato interno com excelentes propriedades de condução de corrente elétrica”. Ou seja, três matérias primas diferentes.
Pode-se observar na peça de alta qualidade (à esquerda), tanto nos círculos “vermelhos” como nos “verdes” a peça é composta por diferentes matérias primas, respeitando os ideais e garantindo a funcionalidade e confiabilidade da mesma. O mesmo não acontece com o produto demonstrado a direita onde mais uma vez o peso do “custo” interferiu na escolha da matéria prima. Logo, o que se percebe é o mesmo material utilizado para diferentes partes e funções. Estes detalhes também são válidos para contatos de contatores, relés e outras peças de uso industrial também.
Conclusão
Os pontos e detalhes apresentados nesse artigo são básicos e de simples entendimento, e podem ser identificados por estudantes, técnicos, comerciantes, engenheiros e todas as pessoas que tem um pouco de conhecimento com elétrica industrial.
A qualidade deve ser vista pelo fabricante como o principal aliado entre seus produtos e seu cliente e é de extrema importância que todos consumidores tenham acesso a detalhes e informações sobre o produto que estão comprando, independente da área ou setor de atuação.
Sobre a Micim Componentes Elétricos
As peças que serviram como referência em qualidade, foram cedidas pela empresa Micim Componentes Elétricos, que vem se destacando no cenário nacional pela confiabilidade de seus produtos.
Os produtos mostrados neste artigo podem ser adquiridos através do site oficial da empresa ou pelo e-mail vendas@micim.com.br.
2 Comentários
Muito legal Lucas, parabéns pelo artigo
Com a grande concorrência existem inúmeras marcas disputando este mercado, mas poucas se destacam efetivamente na qualidade. Tenho grande dificuldade em encontrar produtos de qualidade que suportem a operação em ambientes agressivos, devido a isso a substituição desses componentes se torna rotineira. Mas alguns fabricantes estão evoluindo em relação a isso. Obrigado pelas dicas e parabéns pelo artigo.